Cirurgia bucomaxilofacial auxilia no tratamento da apneia do sono

Estudo aponta que apneia do sono representa 4,9% das queixas de insônia.

Segundo dados da Associação Brasileira do Sono (ABS), a apneia do sono está entre os problemas mais frequentes de insônia, com cerca de 4,9% das queixas. Além do otorrinolaringologista, o cirurgião bucomaxilofacial também trata do problema que é um desconforto recorrente nos consultórios. O transtorno é caracterizado pela obstrução das vias aéreas, onde a aproximação de tecidos da garganta, na região da faringe, ocasiona o fechamento das vias respiratórias por pelo menos 10 segundos.

A crise ocorre, principalmente, enquanto a pessoa está dormindo e roncando. Esses episódios, que se repetem inúmeras vezes durante o sono, podem reduzir o nível de oxigênio no sangue. O cérebro, então, recebe a mensagem de que algo não está funcionando corretamente. Por isso, a pessoa desperta por um breve momento e as vias respiratórias reabrem, fazendo com que a respiração volte ao normal. O distúrbio pode intensificar ou causar doenças cardiovasculares, infartos, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias e hipertensão.

Os sintomas das crises podem ser divididos em noturnos e diurnos. À noite, a pessoa que apresenta essa enfermidade pode sofrer de paradas respiratórias, ronco, sono agitado e engasgos. Durante o dia, as crises provocam sonolência, cansaço ao acordar, irritabilidade, boca seca, dificuldade de memória e concentração.

“A apneia do sono é uma das patologias que mais incomodam os pacientes. As pessoas que sofrem dessa condição podem ser tratadas, dependendo do nível e da extensão da gravidade do distúrbio, pelo CPAP (Continuous Positive Airway Pressure ou Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas). O aparelho é um compressor de ar que é conectado, por meio de um circuito flexível, a uma máscara ajustada ao nariz e/ou boca. Utilizado para dormir, o mecanismo tem bastante eficácia e impede a obstrução da garganta durante o sono, pois sua função é ir injetando ar nas vias aéreas, mantendo as paredes da faringe afastadas e impedindo o fechamento da via respiratória”, explica o Dr. Gabriel Pastore, cirurgião bucomaxilofacial do Instituto Vita.

As cirurgias podem ser indicadas para agir na redução dos tecidos da garganta (Uvulopalatofaringoplastia) e também para avanço uni ou bi-maxilar ;(Cirurgias Ortognáticas, que trabalham a parte óssea bucal – maxila e mandíbula). Elas são realizadas pelo Otorrino (Uvulopalatofaringoplastias) ou pelo Cirurgião Bucomaxilofacial (Ortognáticas).

Para alguns pacientes, recomenda-se que sejam realizados procedimentos otorrinolaringológicos mais simples e que vão apresentar bons resultados. Mas há casos em que a cirurgia ortognática é a melhor opção de tratamento. Por isso, o diagnóstico correto é essencial para tratar a apneia.

“Para aqueles pacientes, onde a síndrome obstrutiva da apneia do sono está associada a uma diminuição do espaço das vias aérea superior, por culpa de um menor espaço dos ossos maxilares, o tratamento via cirurgia ortognática é indicado. Porém, para alguns pacientes a causa da apneia do sono é a diminuição do tônus da musculatura da orofaringe, por isso esse procedimento cirúrgico não resolve. Nesses casos, indicam-se técnicas cirúrgicas otorrinolaringológicas. Os aparelhos orais também podem ser uma solução para o problema, pois são compostos de placas presas aos dentes que se articulam entre si, avançando a mandíbula. Com isso, os tecidos da garganta são afastados, evitando o ronco e a apneia do sono. Sendo assim, é vital e muito importante não tratar todos os pacientes da mesma forma, pois o sucesso do tratamento da apneia está no diagnóstico correto”, finaliza Dr. Pastore.