Uma fratura por estresse é um tipo de lesão óssea que ocorre devido ao acúmulo de microdanos em um osso, resultantes de uma carga repetitiva e excessiva que excede a sua capacidade de reparação.

Diferente de uma fratura aguda, que ocorre devido a um único evento traumático, a fratura por estresse é uma lesão progressiva que se desenvolve ao longo do tempo. É um tipo de fratura comum entre atletas, especialmente corredores de longa distância, dançarinos, militares e outras pessoas que participam de atividades físicas intensas e repetitivas.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de fraturas por estresse incluem o aumento súbito na intensidade ou duração da atividade física, uso de calçados incorretos, superfícies de treino inadequadas, deficiências nutricionais, especialmente cálcio e vitamina D, e problemas biomecânicos, como desalinhamentos posturais ou discrepâncias no comprimento das pernas.

Podem ocorrer em diversas partes do corpo, sendo as mais comuns nos membros inferiores como pé, tornozelo, canela, fêmur, fíbula, pelve, mas também nos ossos do quadril, na coluna vertebral, costelas, úmero e escápula, embora sejam muito mais frequentes nos membros inferiores. 

Diagnóstico da fratura por estresse

O diagnóstico de uma fratura por estresse pode ser desafiador, uma vez que os sintomas iniciais são frequentemente sutis e podem ser confundidos com outras lesões musculoesqueléticas. Os principais sinais e sintomas incluem dor localizada que piora com a atividade física e melhora com o repouso, além de inchaço e sensibilidade na área afetada.

Para confirmar o diagnóstico, o ortopedista precisa recorrer a exames físicos, avaliando dor e sensibilidade na área, e exames de imagem, como ressonância magnética, para detectar alterações ósseas precocemente, tomografia computadorizada, útil para visualizar detalhes ósseos específicos, e cintilografia óssea, mostrando áreas de aumento da atividade óssea.

Tratamento da fratura por estresse

O tratamento da fratura por estresse visa aliviar a dor, promover a cicatrização óssea e prevenir futuras lesões. O repouso é fundamental para permitir a reparação do osso. A duração pode variar de semanas a meses, dependendo da gravidade da fratura.

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de gesso ou bota ortopédica para imobilizar a área afetada. Além de analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor e suplementação de cálcio e vitamina D para fortalecer os ossos. Também pode ser necessária a remoção da carga no membro afetado.

A fisioterapia é um componente central no tratamento de fraturas por estresse. O objetivo da reabilitação é restaurar a função normal e prevenir recidivas. Na fase inicial o enfoque é no repouso e no alívio da dor. Exercícios de baixo impacto, como natação ou ciclismo, podem ser introduzidos gradualmente.

Quando a dor diminui, exercícios de fortalecimento e alongamento são iniciados. Técnicas de reeducação postural também podem ser aplicadas. O retorno à atividade física regular deve ser gradual. Programas de treinamento progressivo são implementados para evitar a reincidência da lesão.

Para prevenir novos episódios, a educação sobre técnicas de treinamento adequadas se faz necessária, além da orientação sobre uso de calçados apropriados e modificação de fatores de risco individuais.

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