Especialista do Vita tira dúvidas sobre ortopedia

Na prática de corridas ou qualquer outro esporte, o acompanhamento de um ortopedista pode auxiliar na prevenção de lesões e nas dúvidas que surgem para a prática do esporte. Confira mais a respeito, lendo o artigo completo.

Muitos dos atendimentos que realizei no Vita poderiam ter sido evitados com algumas informações simples sobre ortopedia. Separei aqui algumas das mais comuns para ajudar os corredores a evitarem lesões, além de trazer respostas para dúvidas frequentes.

Preciso ir ao ortopedista antes de iniciar a corrida?

A resposta é: depende! Recomenda-se uma avaliação ortopédica caso você apresente dores articulares, dores ósseas ou musculares, tenha alguma diferença de comprimento das pernas ou tenha algum trauma prévio. Caso contrário, uma avaliação com o médico do Esporte é suficiente para prevenir lesões e doenças relacionadas.

Quais os tratamentos para tendinite do joelho?

O primeiro passo para o tratamento é identificar se existe uma tendinite (inflamação pura) ou uma tendinose (processo em que o tendão tenta se regenerar, mas não consegue cicatrizar adequadamente). De uma maneira geral, se este tendão apresenta comprometimento menor que 50% da sua espessura, pode ser tratado de maneira conservadora, com fisioterapia, analgésicos e reequilíbrio muscular. Surgem cada vez mais técnicas regenerativas, como terapias de ondas de choque e medicamentos ortobiológicos, como o ácido hialurônico. Já nas situações em que há um acometimento maior que 50% da espessura do tendão, existe o risco iminente de ruptura e, portanto, recomenda-se o tratamento cirúrgico com reforço do tendão.

As cinco causas mais comuns de desgaste do joelho

  • Desequilíbrios musculares: o joelho é uma articulação que não tem um “pino” travando o seu movimento, portanto ele depende de um bom equilíbrio muscular para “rodar” no eixo correto. Desequilíbrios musculares da parte interna e externa da coxa e do quadril geram oscilações – como um pneu mal balanceado que oscila enquanto roda. Já encurtamentos da musculatura anterior e posterior da coxa geram aumento da pressão na patela em relação ao fêmur, gerando desgaste desta cartilagem. É como se um carro tentasse rodar com o “freio de mão puxado”.
  • Lesões ligamentares que geram instabilidade no joelho: lesões ligamentares – como as do ligamento cruzado anterior e posterior – acabam gerando um movimento do eixo de rotação que não é o ideal, o que gera desgaste de cartilagem e dos meniscos.
  • Desalinhamentos dos membros inferiores: algumas pessoas têm os membros inferiores desalinhados, com os joelhos muito “para dentro” (valgos) ou “para fora” (varos). Essas duas condições acabam sobrecarregando regiões do joelho e causando o desgaste delas.
  • Fraturas intra-articulares: essas fraturas geram um “degrau” dentro da articulação que acaba raspando e desgastando as cartilagens. Além disso, se houver um desnível das articulações, isso pode gerar aumento da pressão em alguns pontos que acabam gerando o desgaste precoce.
  • Idade: quanto mais vivemos, mais andamos e maior é o desgaste dos componentes do joelho – tanto da cartilagem quanto dos meniscos.

Dores no joelho

A dor no joelho ao correr pode ter várias causas. Dependendo da sua localização, podemos ter algumas pistas.

Se a dor acontece na parte da frente do joelho, pode ser causada pelo atrito entre o fêmur e a patela ou por alguma sobrecarga ou inflamação do ligamento patelar (antigo tendão patelar) ou do tendão quadricipital. Nas crianças e adolescentes, a cartilagem de crescimento da tuberosidade da tíbia também pode ficar inflamada. Dores mais internas podem ser decorrentes de lesões ou sobrecargas da cartilagem ou dos meniscos. Já as dores posteriores podem também ter origem nos meniscos ou mesmo nos músculos e tendões desta região.

Entorse de tornozelo: como tratar

A entorse, ou torção do tornozelo, é a lesão mais comum desta região. Recomenda-se o tratamento inicial com compressão (enfaixamento) e elevação do membro. Deve-se evitar apoiar o lado lesionado e pode usar analgésicos, se necessário. O uso do gelo pode ser feito dependendo da tolerância do paciente, mas há alguns especialistas que vêm recomendando evitar o seu uso. A imobilização com uma tala ou uma bota pode ser feita e ajuda a aliviar a dor até que o paciente passe pelo especialista, cuja avaliação é o que vai identificar a diferença entre uma torção simples ou uma lesão mais grave – que pode ser até uma fratura dos ossos da região do tornozelo. No momento adequado, a fisioterapia entra em ação, promovendo o retorno ao esporte e a prevenção de novas lesões.

O exercício físico ajuda a amenizar cifose?

A cifose é a curvatura anterior da coluna. Ela é fisiológica na coluna torácica até um certo grau, mas quando excessiva, é considerada uma deformidade. Os exercícios podem amenizar uma cifose – desde que ela seja flexível. Quando ela é rígida, o que é mais comum, os exercícios não corrigem, mas podem melhorar a aparência com a correção da postura global. É importante lembrar que a cifose deve ser avaliada por um ortopedista antes que seja iniciado o tratamento.