Especialista em mão do VITA defende doutorado na USP

Um dos objetivos do trabalho de pesquisa do Dr. João Nakamoto, que tem caráter experimental, é contribuir para viabilizar, num prazo mais longo, a criação de um banco de nervos para evitar o sacrifício de nervos saudáveis do próprio paciente, tornando, assim, o tratamento de lesões nervosas segmentares ainda mais saudáveis e capazes de propiciar mais bem-estar

O médico-ortopedista do Vita, João Nakamoto, defendeu, com sucesso, sua tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) no dia 11 de março. O trabalho do Dr. Nakamoto, desenvolvido sob a orientação do professor-doutor José Marques Farias, teve como tema a avaliação da utilização do aloenxerto acelular na regeneração de nervos periféricos.

Um dos objetivos do trabalho do Dr. Nakamoto é contribuir para viabilizar a criação de um banco de nervos para evitar o sacrifício de nervos saudáveis do próprio paciente, tornando, assim, o tratamento de lesões nervosas dessa natureza ainda mais saudáveis e capazes de propiciar mais bem-estar.

Em linhas gerais, aloenxerto abrange enxertos vindos do organismo de outras pessoas e não do próprio paciente. No caso do estudo do Dr. Nakamoto, tratam-se de enxertos de nervos periféricos. Os nervos periféricos são extensões do sistema nervoso central, responsáveis pela parte motora e sensitiva das extremidades do corpo humano, como é o caso das mãos, especialidade ortopédica do Dr. Nakamoto.

Esses nervos são suscetíveis a diversos tipos de lesão, tais como tração, fraturas, esmagamento, estiramento etc., que podem, dependendo do grau, prejudicar seriamente ou interromper a transmissão dos impulsos nervosos, o que causa alterações motoras e sensitivas em alguns casos bastante incômodas e com redução significativa da qualidade de vida do paciente.

“As lesões dos nervos periféricos são extremamente frequentes. Estima-se mais de um milhão de lesões nesses nervos por ano em todo o mundo, causadas por diversos mecanismos como ferimentos incisos e contusos, tumores e síndromes compressivas, por exemplo”, esclarece Dr. Nakamoto.

Ainda segundo o ortopedista do Vita, quando as lesões precisam ser operadas e existe uma lesão segmentar (perda de um segmento do nervo), muitas vezes, são necessários enxertos de nervos retirados do próprio indivíduo (autoenxerto). “Em casos de autoenxertos, é necessário sacrificar um nervo para reconstruir outro e, apesar de todo o empenho, seus resultados são extremamente variáveis.”

Assim, uma das propostas da pesquisa do Dr. Nakamoto é justamente contribuir para evitar o sacrifício de nervos saudáveis do próprio paciente. “A pesquisa, ao trabalhar com aloenxertos, pode favorecer a viabilização de um banco de nervos [obtidos por meio de um processo similar ao da doação de órgãos] para serem usados na reconstrução de um nervo lesado.”